O documento estipula os caminhos que serão adotados no período que vai de 2023 até 2027. Além do planejamento, o plano revela as expectativas para o futuro do setor no país, como a expansão da velocidade média da banda larga fixa para 1 Gb/s. Um salto enorme ao considerar a velocidade média de 239,5 Mb/s em setembro de 2022, no país, segundo o painel de dados da agência.
Distrito Federal: 283,09 Mb/s;Espírito Santo: 230,03 Mb/s;Minas Gerais: 252,97 Mb/s;Rio de Janeiro: 260,3 Mb/s;São Paulo: 265,57 Mb/s.
Plano de internet com 1 Gb/s não é para muitos
Este indicador não sofre muitas alterações ao considerar as maiores prestadoras do Brasil em todo o contexto nacional. O painel indica que, entre a Claro, Oi, Sky, Tim e Vivo, a média é de 240,98 Mb/s no mesmo período. Entre as menores empresas do ramo, a velocidade média é de 238,05 Mb/s. Mas, além dos quase 760 Mb/s de diferença entre a realidade atual e a meta da Anatel, os valores dos planos de 1 Gb/s são proibitivos em algumas operadoras. Peguemos a Claro na Zona Sul do Rio de Janeiro (RJ) como exemplo: a oferta com esta velocidade sai por R$ 299,90 ao mês. Enquanto isso, o pacote com 500 Mb/s custa R$ 129,90. Vale lembrar que esta oferta não está disponível em todos os endereços. Além disso, não deve ser um plano fácil de ser instalado, ao considerar que boa parte da estrutura residencial da Claro na capital fluminense não utiliza fibra ótica. A operadora ainda utiliza a antiga estrutura da NET, com cabo coaxial. Na cidade, entre as grandes prestadoras, a Oi, TIM e Vivo se destacam por oferecer FTTH (fibra ótica). Mas, novamente, os valores proibitivos aparecem ao escolher esta opção: a Vivo cobra R$ 499,99 por mês para quem quiser instalar 1 Gb/s em casa. Abaixo dessa velocidade, está o plano de 600 Mb/s por R$ 149,99 ao mês. Felizmente, a TIM cobra R$ 161,50. E é aqui que vem os poréns: a prestadora não possui uma cobertura tão ampla quanto a Claro e a Vivo – a segunda ainda possui a herança da antiga GVT. A Oi, por sua vez, disponibiliza 1 Gb/s por R$ 199,90 ao mês com a mesma barreira da operadora italiana.
Operadoras têm um longo caminho pela frente
Claro, o Brasil não é composto apenas por estas operadoras. E, no geral, as prestadoras de serviço menores disponibilizam velocidades melhores com preços mais acessíveis, especialmente no interior. Em Saquarema (RJ), na Região dos Lagos, você consegue contratar 920 Mb/s por R$ 145,99 pela Sumicity. Por outro lado, disponibilizar esse link de alta velocidade para todo mundo não é tarefa fácil. Ao levar o Rio de Janeiro (RJ) em consideração, quase 52,8% dos acessos foram realizados por cabo coaxial em setembro de 2022, segundo a Anatel. Enquanto isso, no país todo, 68,2% dos acessos acontecem através de fibra ótica, graças ao auxílio das operadoras de pequeno porte. Ou seja, temos bastante fibra, mas uma das maiores capitais do Brasil não está dentro dessa realidade. O mesmo acontece em outras regiões do país. Felizmente, a Anatel está considerando uma expansão da infraestrutura como um todo no seu plano estratégico. Entre as metas até 2027, está a expansão do backhaul (rede acesso) de fibra óptica para 100% dos municípios brasileiros até 2027. A agência também quer levar o backhaul de fibra óptica para 50% das localidades com mais de 600 habitantes nos próximos anos. Outros indicadores serão melhorados até o fim do planejamento. É o caso da disponibilidade do 5G SA, que vai alcançar 57,67% da população nos próximos anos, se as expectativas do órgão se concretizarem. A agência listou outras metas para o futuro:
Impulsionar o cumprimento de excelência da velocidade contratada de 78,28% para 87% até 2027;Elevar o nível de satisfação geral dos consumidores da Banda Larga Fixa de 6,9 para 7,5 até 2027;Elevar o nível de satisfação geral dos consumidores da Telefonia Móvel de 7,6 para 8,1 até 2027.