Google Play confunde “livre” e “grátis” no Android e irrita desenvolvedoraComo definir o horário de trabalho na agenda do Google
Para os usuários afetados pela mudança, o que mais pesa, de modo geral, é a relação de dependência do G Suite desenvolvida ao longo de vários anos. Vários anos, mesmo. Chamada originalmente de Google Apps, a plataforma foi introduzida em 2006 como um conjunto de serviços que incluía chat (Google Talk), agenda (Google Calendar) e, claro, o Gmail, mas com domínio próprio. Como esse pacote era gratuito, muita gente usou o Google Apps para criar emails para pequenas empresas ou endereços personalizados no estilo meudominio.com. Inicialmente, cada cliente podia contar com 100 contas gratuitas no Gmail. Alguns usuários relatam que, mais tarde, esse número foi revisado para até dez contas. Mas, no final de 2012, a “festa” acabou. O Google Apps deixou de admitir usuários com contas gratuitas. Felizmente, quem havia criado contas antes dessa mudança podia mantê-las, mesmo quando, em 2016, a plataforma foi rebatizada para G Suite. Isso significa que, por mais de 15 anos, muita gente pôde manter contas gratuitas na plataforma, com domínio personalizado. Não raramente, essas contas foram (e são) usadas para aquisições ou assinaturas de conteúdo no YouTube ou na Google Play Store, por exemplo.
Google pode encarar ação coletiva
É neste ponto que a ação judicial começa a ser considerada. Com o G Suite legado, como é chamado, sendo descontinuado, os usuários que não quiserem pagar para levar as suas contas ao Google Workspace terão que recorrer a serviços de outras empresas; mas, nesse processo, eles não poderão transferir assinaturas ou compras para uma conta padrão no Gmail. O processo judicial está sendo preparado pela Chimicles Schwartz Kriner & Donaldson-Smith. A firma tem um histórico de ações coletivas contra o Google. Uma delas, ainda não julgada, tem relação com um problema de loop infinito no boot no Nexus 6P. No momento, os advogados estão coletando informações para estudar a possibilidade de o processo ser aberto. Talvez isso pressione o Google a disponibilizar um mecanismo que permita a migração de assinaturas ou compras para outras contas. Por ora, isso não está nos planos. Ao Android Police, o Google confirmou que “não, os clientes não podem migrar essas assinaturas e compras para uma conta gratuita do Google”. A companhia também informou que os clientes que não fizerem upgrade para o Google Workspace não perderão credenciais de login em serviços como YouTube e Google Play, por exemplo, no entanto, eles não poderão enviar ou receber emails, nem mesmo para recuperação de senha. Com base nesse limitação, Benjamin F. Johns, um dos advogados que estão tratando do assunto, dá a entender que as chances de o processo coletivo ser aberto não são pequenas:
G Suite gratuito termina em 1º de julho
Os usuários do G Suite legado devem migrar para o Google Workspace ou outra plataforma antes de 1º de julho. Se o usuário não tomar nenhuma decisão até 1º de maio, o próprio Google começará a migração para o Workspace, cujo plano mais barato, no Brasil, custa R$ 24,30 mensais por usuário. Para os clientes que optarem por migrar para a plataforma de outra empresa, este tutorial explica como baixar dados de uma conta no Google via Takeout. Com informações: Android Police.