Android 12: confira todos os recursos do novo sistemaeSIM: como funciona o chip virtual de celular e tablet
Antes de avançarmos para a solução, é preciso explicar o que é o eSIM. A tecnologia funciona como uma espécie de chip virtual para substituir o cartão SIM (chip físico) e liberar mais espaço interno nos smartphones. Ou seja, para usar a linha, basta ir até à loja da operadora ou usar um QR Code para fazer a habilitação, por exemplo. A novidade começou a se popularizar em 2018 com o lançamento do iPhone XR, XS e XS Max. De lá para cá, outras fabricantes adotaram a função, como é o caso da Samsung. Mas a Apple deu novos passos em 2022, com o iPhone 13, ao permitir que duas linhas sejam habilitadas no celular simultaneamente (Dual SIM) pelo eSIM. E é justamente aqui que entra a nova patente do Google. Caso a solução vá adiante, qualquer celular com eSIM poderá, em tese, habilitar duas linhas virtualmente. O cenário, cabe ressaltar, é diferente dos celulares da Apple antes do iPhone 13, que dependem da mistura do chip virtual e de um chip físico para usar o Dual SIM. Mas como tudo isso funciona? Calma, eu te explico a seguir.
Como funciona o sistema para adaptar o eSIM?
A solução gira em torno de uma patente registrada pelo Google em 2020 e que deu as caras no código do Android 13. Rahman explica que a tecnologia usa um único módulo físico do eSIM para habilitar os chips virtuais. Ou seja, se o smartphone tiver apenas uma unidade para o chip virtual, será possível usar duas linhas. Para isto acontecer, o sistema cria interfaces lógicas multiplexadas: tratam-se de interfaces que combinam dois canais de comunicação em um único meio de transmissão. Assim, é possível configurar canais independentes para perfis de SIM que se aproveitam de uma única ligação física com o modem fazer as conexões. “Não há necessidade de religação. Portanto, dispositivos existentes com um único chip eSIM conectado a um modem podem, em tese, suportar vários perfis ativados”, explicou Rahman. “Do ponto de vista do modem, não há diferença entre uma interface lógica e física, permitindo a compatibilidade com as implementações atuais.” Mas a presença do recurso no Android 13 ainda não está confirmada. Além disso, a nova versão do sistema operacional também não foi anunciada oficialmente pelo Google. A expectativa é de que a atualização seja apresentada em breve.
Mas tudo isso é realmente necessário?
O eSIM me lembra um pouco a época quando as operadoras não usavam cartões SIM no Brasil. Quem é do Rio de Janeiro (RJ) deve se lembrar que se você comprava um celular na Telefônica (atual Vivo), não podia simplesmente sair usando uma linha da ATL (atual Claro) como hoje em dia. Isto porque os telefones ainda não usavam chips, tecnologia que facilitou a troca de aparelhos sem depender da operadora para tudo. De lá para cá, muitos avanços surgiram, especialmente com a chegada da Oi e da TIM no país. Mas, ainda que houvesse o chip físico, algumas operadoras bloqueavam os aparelhos. Teve até uma campanha para lá de memorável com um coral cantando a música Quem ama bloqueia, quando a Oi Móvel passou a vender celulares desbloqueados para serem usados em qualquer prestadora. O eSIM faz parte dessa evolução. Depois do chip físico implementado há algumas décadas, os celulares passaram a aderir aos chips virtuais para ganhar mais espaço interno. Mas sem as amarras dos anos 1990 e 2000: se você tem um iPhone 13 na Operadora A e quer migrar para a Operadora B, sem problemas. E não é à toa que a tecnologia tem grandes perspectivas. Um estudo da consultoria Juniper Research de 2021 mostrou que o eSIM saltaria 180% até 2025 com um empurrão da Apple e do Google. Mesmo assim, o cenário atual não é um mar de rosas, pois não são todas as operadoras que facilitam a ativação. Pego o meu caso como exemplo. Quando a minha linha era Vivo Easy em 2021, fui em três lojas da operadora e não tive sucesso na habilitação. Só consegui fazer a ativação do eSIM na loja do BarraShopping, que fica em um lugar que muitas vezes é complicado de chegar sem carro: Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ). Com informações: Esper e XDA-Developers