Como funciona o sistema operacional Fuchsia no Google PixelbookGoogle e Microsoft preparam Chrome para Windows 10 em ARM
Um engenheiro de software da Huawei escreve: “este patch adiciona suporte ao Hisilicon Kirin 970… fiz boot do Zircon no smartphone Honor Play com Kirin 970”. O Zircon é o núcleo (kernel) do Fuchsia, isto é, a parte do sistema que serve de intermediário entre os programas e o hardware (processador, memória etc.). Como nota o 9to5Google, esta contribuição (commit) menciona apenas o kernel, não outras camadas do Fuchsia. Ou seja, ainda se trata de algo preliminar: o sistema não deve estar rodando de forma completa com interface gráfica e tudo mais. A Huawei está enfrentando problemas com o governo dos EUA, acusada de oferecer risco à segurança nacional. No entanto, ela é parceira de longa data do Google: ambas lançaram juntas o Nexus 6P, por exemplo. O Kirin 970 foi lançado há um ano com oito núcleos de até 2,4 GHz. Ele equipa o Honor Play, celular gamer com modo turbo no chip gráfico, e motor de vibração 4D Smart Shock compatível com PUBG. O processador também está presente no Huawei P20 Pro com câmera tripla, no Huawei Mate 10 e no Honor 10.
Fuchsia deve substituir Android em celulares
E o Fuchsia? Trata-se de um sistema operacional desenvolvido pelo Google, mas que ainda não foi anunciado oficialmente. Os primeiros detalhes apareceram em 2016: ele não é baseado no Linux (e sim no Zircon, derivado do LK); usa o Flutter para construir a interface; e roda tanto em laptops como em smartphones. Segundo a Bloomberg, o Google quer substituir completamente o Android pelo Fuchsia. A empresa dependerá menos do Linux e do Java (o que motivou uma disputa judicial com a Oracle); e terá maior controle sobre a plataforma. Claro, isso não vai acontecer do dia para a noite. Acredita-se que o primeiro celular com Fuchsia deve ser lançado em 2021. A substituição do Android levaria cinco anos em smartphones e em notebooks. Vale lembrar algo importante: desenvolver um sistema operacional leva bastante tempo. O Android levou cinco anos — entre 2003 e 2008 — para ser lançado, e o Google estava com pressa porque iria competir com o iPhone e não queria abrir espaço para a Microsoft.