Instagram aumenta bloqueio de hashtags que promovem distúrbios alimentares
O Instagram não havia adotado nenhuma medida sobre o assunto até segunda-feira (7), quando decidiu restringir a pesquisa por hashtags como #dropboxlinks e #tradedropbox. Elas eram um sinal de que o perfil aceitava trocar arquivos com conteúdo sexualmente explícito de crianças e adolescentes.
A troca era combinada pelo Direct e, como as próprias hashtags indicam, o material era armazenado no Dropbox. Todo esse esquema não foi descoberto pelo algoritmo ou por moderadores humanos do Instagram. Por incrível que pareça, um grupo de donos de perfis de memes na rede social é que se mobilizou para acabar com a prática. Eles realizaram uma ação coordenada com alertas a respeito das hashtags e denúncias em massa ao Instagram. A campanha começou com Jack, um jovem de 16 anos que não teve seu sobrenome divulgado por ser menor de idade. Ele criou o perfil @ZZtails, de 7,8 mil seguidores, e afirma que descobriu as hashtags após ver um pedido para denunciar uma conta que havia postado “fotos sexualmente explícitas de garotos”. Ao investigar a conta, Jack percebeu que ela seguia a hashtag #dropboxlinks e notou que muitos perfis a usavam para divulgar a troca de conteúdo ilegal. Ele e outros donos de perfis de memes denunciaram as contas, mas, em muitas situações, foram informados que não havia violação dos termos do Instagram. Enquanto a rede social não tomava medidas concretas, o grupo decidiu publicar uma série de memes usando a hashtag. O objetivo era fazer com que o conteúdo ilegal perdesse destaque na lista da hashtag. As ações ajudaram a chamar a atenção do Instagram. Após restringir os termos, o plataforma afirmou que considera muito importante manter crianças e adolescentes em segurança. “Não permitimos conteúdo que ponha em risco crianças e bloqueamos as hashtags em questão”. A plataforma afirmou ainda que está “desenvolvendo uma tecnologia que encontra proativamente conteúdo com nudez infantil e exploração de crianças quando ele é publicado para que possamos agir rapidamente”. O Dropbox classificou a exploração infantil como um “crime horrível” e disse que condena “nos termos mais fortes possíveis qualquer um que abuse da nossa plataforma para compartilhá-la”. O serviço diz estar trabalhando com o Instagram e outros sites “para garantir que esse tipo de conteúdo seja retirado do ar o mais rápido possível”. Ainda que algumas hashtags tenham sido bloqueadas, os perfis que as usaram continuam ativos. Alguns deles, inclusive, estão migrando para serviços como o WhatsApp, onde é ainda mais difícil punir os responsáveis por crimes. Com informações: The Atlantic, The Next Web.