A possibilidade, apresentada pela colunista da Reuters Jennifer Saba, especializada na cobertura do Vale do Silício e Wall Street, leva em conta o histórico da Microsoft nos últimos somada a uma possível “decepção” na compra da Activision Blizzard — e parceria entre a big tech e a Netflix.
“Não tem Activision, vai a Netflix mesmo”
Em março 2021, a Microsoft “deu de presente” para o Xbox Game Studios a ZeniMax Media, proprietária de estúdios responsáveis por jogos populares como The Elder Scrolls, Fallouto e Wolfenstein. Antes disso ainda teve LinkedIn, Mojang (Minecraft) e a Nuance (empresa de IA). 10 meses depois, em janeiro deste ano, a Microsoft jogou dois pés na porta e anunciou que ia comprar a Activision Blizzard, desenvolvedora de Call of Duty, Diablo e Crash Bandicoot (um clássico do PlayStation) por US$ 69 bilhões. Entretanto, está compra está passando por problemas, já que no início deste mês a Federal Trade Comission, órgão antitruste dos Estados Unidos, se posicionou contrário à aquisição por considerar que isso daria uma vantagem indevida para a Microsoft. Para a colunista Jennifer Saba, a “audácia” do CEO da Microsoft Satya Nadella é grande o bastante para que ele vá atrás da Netflix. As duas empresas já são parceiras no serviço assinatura com anúncios da plataforma de streaming — a Microsoft entrega o sistema de propagandas — e Brad Smith, presidente da big tech, está no conselho da Netflix. Fora que os US$ 69 bilhões de economia em caso de proibição da compra da Activision podem servir de “entrada” para comprar a Netflix. Um fator que também reforça a hipótese dessa aquisição é que a plataforma de streaming quer entrar no serviço de jogos e a Microsoft quer expandir o Xbox Cloud Gaming para o máximo de dispositivos possíveis — já pensou uma aba desse serviço dentro do app da Netflix?
Possibilidade de fusão não parece coisa de outro mundo
Confesso que no início, antes de apurar os investimentos das duas empresas, essa fusão me parecia distante. Todavia, não seria nada de outro mundo ver a Microsoft comprando a Netflix — se um bilionário pode comprar uma rede social, por que uma empresa de tecnologia com subsidiárias em jogos e cloud gaming não poderia comprar uma plataforma de streaming com investimentos em jogos? Dinheiro não é problema para a trilionária Microsoft. Como dizia minha saudosa mãe: quem duvida é louco.