O que é inteligência artificial?
Na primeira partida, o resultado foi apertado para o AlphaGo, que venceu Ke Jie por 0,5 ponto, a menor diferença possível, depois de 289 movimentos. Já na segunda, o chinês fez jogadas perfeitas nos primeiros 50 movimentos, de acordo com uma análise do próprio AlphaGo, e então iniciou uma série de batalhas contra o computador, como relata o The Verge. No entanto, a inteligência artificial foi capaz de conter a disputa e, no final das contas, forçou Ke Jie a desistir. 2 a 0 para o Google.
É um feito importante porque estamos falando de inteligência artificial, não de mero processamento bruto. Em Go, há um tabuleiro de 19×19 quadrados com cerca de 10171posições possíveis. Isso é mais do que a estimativa de átomos no universo (1080), o que torna praticamente impossível criar um algoritmo comum para Go, que simplesmente analise todas as jogadas (como no xadrez), já que levaria muito tempo. Por isso, o AlphaGo utiliza redes neurais artificiais para que o computador faça “intuições”, pensando de maneira semelhante aos jogadores humanos de Go. Ele toma decisões com base em processos já feitos e aprende sozinho com novas partidas, ficando cada vez mais forte.
E as vitórias contra Ke Jie são uma espécie de “prova” de como a inteligência artificial evoluiu rápido: mesmo tendo vencido o campeão europeu Fan Hui por 5 a 0 e depois o coreano Lee Sedol, 18 vezes campeão mundial, nem todo mundo achava que a máquina seria capaz de ganhar do melhor do mundo. Tanto é que as estimativas apontavam que um computador só conseguiria vencer um profissional de Go daqui a dez anos. Mais do que vencer profissionais em um jogo chinês, o AlphaGo mostra o potencial que a inteligência artificial tem de resolver problemas e encontrar soluções que os humanos não encontrariam. Leia mais: Além do joguinho chinês: o que muda com o AlphaGo, máquina de IA do Google