Varíola dos macacos: quem pode tomar a vacina e o antiviral no Brasil?É preciso monitorar a varíola dos macacos em animais, diz Ministério da Ciência
Ainda não há uma posição ou publicação oficial da própria organização, mas Gostin postou, no Twitter, uma declaração onde diz que “já era hora” do nome mudar, comentando que a antiga terminologia, além de estigmatizar os símios, impediam esforços de resposta e cooperação efetivos contra a doença.
Mudanças de nome e a varíola
Modificações já eram estudadas há algum tempo: em junho deste ano, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS, já comentava o assunto, abrindo o órgão para sugestões populares. O termo “monkeypox”, que havia sendo usado também no Brasil, mas que ainda trazia associação com os animais, foi o que deu origem à denominação em português “varíola dos macacos”, tendo sido usado pela primeira vez em 1958, quando o patógeno surgiu em primatas trazidos da África para a Dinamarca. Atualmente, estudos já apontam que o repositório natural do patógeno não são os símios, e a principal forma de transmissão também não é feita através deles, e sim de pessoa para pessoa. Um exemplo da confusão causada pelo nome anterior é um incidente em agosto, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo: 5 macacos foram encontrados mortos e outros 3 com sinais de intoxicação, provavelmente alvo de populares os associando à doença. A OMS alterou, ainda em agosto, os nomes de grupos e subgrupos do vírus. Há 2 grupos documentados até agora, endêmicos em duas regiões africanas: um fica no oeste do continente e outra em seu centro. Elas eram utilizadas como referência, até que a terminologia mudou para Clado I — para a variedade do oeste — e Clado II — para a central, agora expressando os grupos com algarismos romanos. Os subclados do Clado II também passaram por reformulação, utilizando letras minúsculas alfanuméricas: seus dois grupos subunitários são, agora, Clado IIa e Clado IIb. Entre as organizações que ficam responsáveis pela organização e mudança de nomes está o Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus. Havia disposição para trocar o termo monkeypox também desde agosto, mas também preocupação em relação à literatura científica produzida desde a descoberta do vírus, que poderia ser comprometida por uma mudança muito radical. Fonte: OMS, Lawrence Gostin