O YouTube Partner Program, como é chamado, permite ao canal gerar receita com anúncios que são veiculados nos vídeos ou com assinaturas do YouTube Red. Os requisitos mais rígidos passarão a valer tanto para canais novos quanto para aqueles que já fazem parte do programa. Isso significa que canais que conseguem alguma remuneração atualmente, mas não atendem aos números mínimos deverão ter a veiculação de anúncios interrompida. 2017 foi um ano difícil para o YouTube por conta da proliferação de vídeos classificados como infantis, mas que traziam conteúdo erótico ou violento, e pela disseminação de vídeos extremistas, só para dar alguns exemplos. O serviço chegou a sofrer um boicote de mais de 250 grandes anunciantes preocupados com a associação de suas marcas a conteúdo violento ou preconceituoso. De acordo com o Google, é necessário garantir que os anúncios vejam veiculados junto a conteúdos que reflitam os valores dos anunciantes. Daí a rigidez das condições. “Em vez de basear a aceitação apenas nas visualizações, queremos levar em conta o tamanho do canal, o envolvimento do público e o comportamento do criador para determinar a elegibilidade para anúncios”, diz o comunicado oficial.
Até certo ponto, a decisão condiz com a decisão do YouTube de aumentar a equipe de revisores em 2018 para remover conteúdo que viola as diretrizes do serviço. O problema é que a quantidade de vídeos da plataforma é tão grande que não dá para moderar tudo. No entendimento do Google, os novos critérios diminuirão a incidência de anúncios em vídeos que, mesmo tendo poucos acessos, podem associar marcas a conteúdo nocivo. Canais com grande número de inscritos que estão habilitados para o Google Preferred — plataforma com anúncios mais rentáveis — também estão na mira. Depois que o youtuber Logan Paul publicou o vídeo de uma pessoa morta em Aokigahara, a “floresta dos suicídios” do Japão, o YouTube decidiu monitorar canais populares para impedir que anúncios apareçam em vídeos ofensivos.